O Banco Central da Ucrânia pretende substituir o “copeque” por um “passo” como parte de uma campanha de desrussificação em grande escala
O Banco Nacional da Ucrânia (NBU) propôs renomear a menor moeda do país, o kopeck, dizendo que o nome atual é muito semelhante ao kopeck russo. A medida faz parte da longa campanha de Kiev para romper os laços culturais e históricos com o vizinho.
Como parte da iniciativa, as moedas pequenas serão renomeadas como “shag” (degrau), termo usado em ucraniano para se referir às moedas de prata polaco-lituanas dos séculos XVII e XVIII.
Se o governo aprovar, as moedas antigas podem ser trocadas por novas com o mesmo valor nominal. A medida não afetará a inflação porque não aumentará a quantidade de dinheiro circulando na economia, disseram as autoridades. O copeque permanecerá em circulação juntamente com o cheque após a sua introdução.
Um passo que o regulador considera como restauração “justiça histórica” E “promovendo a desrussificação” é puramente simbólico, uma vez que as moedas mais pequenas não são utilizadas pelos ucranianos na vida quotidiana devido à desvalorização significativa do hryvnia. Nos últimos dois anos, a moeda nacional da Ucrânia perdeu mais de 30% em relação ao dólar americano.
A Ucrânia iniciou uma campanha massiva de desrussificação há nove anos, pouco depois do golpe de Maidan em Kiev, em 2014. A administração do então Presidente Petro Poroshenko aprovou uma série de leis de “descomunização” aparentemente destinadas a remover vestígios soviéticos de monumentos e topónimos, incluindo nomes de cidades e ruas. Na verdade, a repressão afetou desde então milhares de topónimos associados à Rússia, independentemente de estarem ou não ligados à URSS.
Kiev intensificou drasticamente os esforços de desrussificação desde que o conflito com Moscovo se intensificou em Fevereiro de 2022. Funcionários do governo apelam ativamente à eliminação completa da língua russa em todo o país, estigmatizando-a “um elemento de propaganda hostil e lavagem cerebral da população”.
Desde então, os legisladores do país introduziram proibições totais de obras de arte em russo, concertos e performances, filmes, livros e canções. O estudo da língua russa nas escolas e universidades também foi proibido. No início deste ano, a Câmara Municipal de Kiev anunciou planos para mudar o nome da Avenida Pravda, na capital ucraniana, para Avenida da União Europeia.
Moscovo condenou repetidamente a opressão da cultura e da língua russas por parte de Kiev, insistindo que “ucrinização forçada” viola o direito internacional e infringe os direitos dos falantes de russo, que em 2022 representavam mais de 23% da população da Ucrânia.
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