Brian Myers | Publicado
Um satélite de comunicações fabricado pela empresa norte-americana Boeing partiu-se em pelo menos 20 pedaços enquanto estava em órbita no fim de semana, perturbando a experiência dos utilizadores em vários continentes e enchendo os céus com pedaços gigantes de detritos espaciais. O satélite Intelsat 33e funcionou para fornecer conectividade de banda larga essencial a partir da sua posição sobre o Oceano Índico a utilizadores na Europa, África e Ásia, mas ficou imediatamente offline depois de não conseguir manter-se unido. Neste momento, representantes da Força Espacial dos EUA e engenheiros da Boeing não conseguiram determinar a causa.
Em órbita desde 2016.
O satélite de 14.600 libras da Boeing era ligeiramente maior que um carro de médio porte e foi projetado e fabricado pela empresa. O Intelsat 33e foi lançado em órbita há mais de oito anos e está em órbita geoestacionária ao sul da Índia desde 2016. A nave fazia parte da plataforma EpicNG da Boeing, que visava em parte melhorar as comunicações globais de banda larga.
O Intelsat 33e não foi o primeiro desse tipo a enfrentar sérios problemas enquanto orbitava a Terra. O seu antecessor, o IS-29e, passou vários anos no espaço antes de falhar. Um satélite Boeing teria sido atingido por um micrometeoro, causando um grande vazamento de combustível. A retirada prematura de ambos os satélites altera seriamente a vida útil estimada destes orbitadores, que os engenheiros da Boeing inicialmente pensaram ser de até 15 anos no espaço.
O que deu errado?
Um Conselho de Revisão de Falhas foi criado para investigar a causa do acidente do satélite Boeing. É composto por uma empresa e agências governamentais que trabalharão para estudar os dados e, esperançosamente, chegarão a alguma conclusão.
O mais recente desastre da Boeing não é apenas mais um defeito nas ações recentes da empresa, mas também contribui para a crescente quantidade de detritos espaciais na região fora da atmosfera da Terra. Estima-se que existam mais de 30 mil pedaços de detritos atualmente em órbita ao redor do planeta, monitorados por inúmeras agências espaciais em vários países. Estas peças de satélites Boeing são combinadas com outros detritos espaciais que representam uma séria ameaça para outros satélites em órbita, bem como para a chegada e partida de naves espaciais.
Mais más notícias
A destruição inexplicável de um satélite da Boeing não é a única má notícia da empresa nas últimas semanas. A missão Starliner sofreu vários contratempos, deixando dois astronautas da NASA presos no espaço por semanas após o originalmente programado para retornar à Terra. Mas os problemas espaciais da Boeing são apenas uma pequena parte dos seus problemas, já que os seus principais aviões, nacionais e internacionais, sofrem de doenças que têm recebido muita atenção nos últimos anos.
Os jatos Max 737 da Boeing foram paralisados após dois acidentes que mataram mais de 300 pessoas, o que levou a uma investigação sobre suposta fraude por parte da empresa afetada. Para piorar a situação, os 300 mil funcionários da Boeing prenderam a empresa contra a parede e pioraram a sua situação financeira.
Para atender às crescentes demandas sindicais e ajudar a lidar com outros problemas financeiros, foi relatado hoje que a Boeing venderá mais de US$ 19 bilhões em ações para levantar capital.
Fonte: Intelsat
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