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O chanceler alemão Olaf Scholz demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner

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O chanceler alemão Olaf Scholz e o ministro das Finanças Christian Lindner no Bundestag em 26 de junho de 2024 em Berlim, Alemanha.

Michelle Tantussi | Notícias da Getty Images | Imagens Getty

O chanceler Olaf Scholz anunciou na quarta-feira que demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner, encerrando a coalizão governante da Alemanha após meses de disputas políticas e aumentando a perspectiva de eleições antecipadas em março.

A aliança de três anos entre o Partido Social Democrata (SPD) de Scholz, os Verdes e o Partido Democrático Livre (FDP) de Lindner tem estado em terreno instável há algum tempo, com diferentes posições orçamentais e de política económica causando tensões e confrontos.

Falando em entrevista coletiva na noite de quarta-feira, Scholz lançou um discurso inflamado contra Lindner, dizendo que ele não se importava em servir o bem público e que foi demitido para evitar danos ao país. Scholz disse que pedirá um voto de desconfiança no parlamento em 15 de janeiro, levantando a possibilidade de eleições antes do previsto, em março.

“Qualquer pessoa que se junte a um governo deve agir de forma responsável e confiável; eles não podem fugir para se proteger quando as coisas ficam difíceis”, disse Scholz em entrevista coletiva, segundo tradução da Reuters. “Eles devem estar dispostos a fazer compromissos no interesse de todos os cidadãos… Mas neste momento Christian Lindner não está focado nisso, ele está focado na sua própria clientela.”

Tanto o FDP como os Verdes confirmaram na noite de quarta-feira que a saída de Lindner significaria o fim da frágil coligação de Berlim, embora este último tenha afirmado que permaneceria no cargo.

Papel Lindner

A situação atingiu um nível febril nas últimas semanas, com rumores de um potencial colapso intensificando-se no início da semana. Isto ocorreu depois de uma série de movimentos dos três partidos, incluindo o documento Lindner do FDP, que delineou a sua visão para reanimar a economia alemã – mas, crucialmente, opondo-se às posições fundamentais do SPD e do Partido Verde.

Assista à entrevista completa da CNBC com o ministro das Finanças alemão, Christian Lindner.

As partes também lutaram para chegar a acordo sobre um orçamento para 2025 que ainda tinha um défice de financiamento de vários milhares de milhões de euros e ainda estava em negociação. O prazo orçamentário foi definido para o final deste mês.

Freio da dívida

Lindner disse na sua conferência de imprensa na quarta-feira que o seu partido apresentou propostas de mudanças económicas que foram rejeitadas por Scholz. Ele considerou as contrapropostas de Scholz pouco ambiciosas.

“Os Democratas Livres continuam empenhados em assumir a responsabilidade por este país e lutaremos para fazer o mesmo noutro governo no próximo ano”, disse Lindner aos jornalistas, segundo uma tradução da CNBC.

Lindner disse que Scholz exigiu que o freio à dívida da Alemanha fosse suspenso, mas não conseguiu concordar. O travão à dívida da Alemanha, aprovado em 2009, limita o montante da dívida que o governo pode assumir e determina a dimensão máxima do défice orçamental estrutural do governo federal. As regras dizem que não pode exceder 0,35% do PIB anual da Alemanha.

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