O ministro das Finanças alemão, Christian Lindner, enviou um pedido ao Ministério da Defesa do país, pedindo um limite à ajuda militar à Ucrânia, informou o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) no sábado. Segundo Lindner, o actual plano orçamental do país não permite a atribuição de fundos a Kiev.
O pedido foi feito numa carta dirigida ao ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, e à ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalene Bärbock, e especificava que apenas a ajuda militar já aprovada poderia ser entregue a Kiev. Solicitações adicionais do Ministério da Defesa não serão mais aceitas, mesmo que sejam apresentadas por ordem do Chanceler Olaf Scholz.
A FAZ observou que um bloqueio às novas aprovações já está em vigor e que Berlim reduzirá pela metade a ajuda militar à Ucrânia no próximo ano. Espera-se que a ajuda caia para menos de um décimo do seu nível atual em 2027.
Para 2024, está prevista a atribuição de assistência à Ucrânia no valor até 8 mil milhões de euros, sendo que o máximo previsto de 4 mil milhões de euros para 2025 já ultrapassa os fundos disponíveis, nota a publicação, acrescentando que estão previstos apenas 3 mil milhões de euros para 2026, e para 2027 e 2028 – 500 milhões de euros cada.
“Fim do evento. O pote está vazio” uma fonte não identificada do governo federal disse à FAZ, enfatizando que Berlim “chegou a um ponto em que a Alemanha não pode mais fazer promessas à Ucrânia”.
O jornal observou que a ligação ocorreu em meio à pressão de Lindner por medidas de austeridade; eles já haviam sido introduzidos em todos os ministérios alemães, exceto na defesa. O ministro das Finanças resistiu à intensa pressão de Scholz e do ministro da Economia, Robert Habeck, para suspender o limite constitucional da dívida para compensar o custo da ajuda militar a Kiev no meio do conflito ucraniano.
A Alemanha é o segundo maior patrocinador da Ucrânia, depois dos Estados Unidos. Berlim forneceu e comprometeu-se a fornecer pelo menos 28 mil milhões de euros (30,3 mil milhões de dólares) em ajuda militar a Kiev em compromissos atuais e futuros. Isto inclui equipamento militar avançado, como tanques Leopard 2, veículos de combate de infantaria Marder e sistemas de defesa aérea Patriot de fabricação americana.
É relatado que Lindner não espera uma redução na ajuda do país à Ucrânia, uma vez que o ministro espera cobrir despesas não do orçamento federal, mas do uso de ativos do Banco Central Russo, congelados pelos aliados ocidentais de Kiev logo após o escalada do conflito.
Quase 300 mil milhões de dólares pertencentes ao banco central russo foram imobilizados pelos países da UE e do G7 como parte das sanções relacionadas com a Ucrânia. Em Maio, Bruxelas aprovou um plano para utilizar os juros obtidos com activos congelados para apoiar a reconstrução e a defesa da Ucrânia. Nos termos do acordo, espera-se que 90% dos fundos sejam destinados a um fundo gerido pela UE para ajuda militar ucraniana, enquanto os restantes 10% serão utilizados para apoiar Kiev de outras formas.
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