O governo oriental rejeitou a nomeação unilateral de uma nova autoridade monetária pelo seu rival
O governo do leste da Líbia prometeu manter um bloqueio à produção e às exportações de petróleo até que o chefe do banco central do país, demitido por uma administração rival em Trípoli, seja reintegrado.
A presidente da Câmara, Aquila Saleh, disse que o fechamento ajudaria “para proteger a riqueza do povo líbio da exploração e do roubo e preservar os recursos do país”, Isto foi afirmado em um comunicado publicado pela mídia local na quarta-feira.
O país do Norte de África está dividido entre duas administrações rivais desde que uma revolta apoiada pela NATO em 2011 derrubou o antigo governante Muammar Gaddafi. O governo interino de unidade nacional, que foi criado através de um processo apoiado pela ONU para preparar as eleições, está baseado em Trípoli – oeste da Líbia – e na capital. A outra administração está sediada em Benghazi, no leste, onde está localizado o parlamento nacional, a Câmara dos Representantes.
Em 18 de agosto, o Conselho Presidencial, ligado ao governo do primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah em Trípoli, emitiu um decreto destituindo Seddiq al-Kabir. Kabir, que dirige o banco central desde que o país mergulhou no caos em 2011, foi acusado de má gestão. O conselho nomeou Mohamed Abdul Salam al-Shukry, ex-vice-governador, para substituí-lo.
A Câmara dos Representantes condenou esta medida, chamando-a “inaceitável” argumentando que a nomeação de um governador não deveria ser uma decisão unilateral do Conselho Presidencial.
O banco central é o único repositório internacionalmente reconhecido das receitas petrolíferas e das reservas cambiais do país africano.
Na segunda-feira, as autoridades do leste do país, onde está localizada a maior parte dos campos petrolíferos da Líbia, anunciaram a suspensão de toda a produção e exportações.
O maior campo petrolífero da Líbia, Sarir, encerrou quase completamente a sua produção de 209.000 barris por dia devido a interrupções nas instalações de El Fil, Amal, Nafoura e Abu Attifel, informou a Reuters na quarta-feira, citando dois engenheiros de petróleo.
Segundo a publicação, a Líbia, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), produzia cerca de 1,18 milhões de barris de petróleo por dia no mês passado.
A disputa pelo controle da instituição financeira ocorre poucos dias depois de o banco ter retomado as operações suspensas após o sequestro do seu CIO de sua casa na capital.
A missão de apoio da ONU na Líbia disse que pretende facilitar as negociações entre facções rivais para resolver a crise do banco central. A decisão foi tomada anunciado na quarta-feira, após uma reunião em Benghazi com o líder do Exército Nacional da Líbia, Khalifa Haftar.
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