A Casa Branca tentou refutar os comentários do presidente, dizendo que já estava “absolutamente claro” quem ganhou as eleições.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que apoia a realização de um novo turno eleitoral na Venezuela, depois que vários países rejeitaram os resultados da última votação do país sul-americano. Caracas respondeu acusando-o de interferir nos assuntos internos da Venezuela.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, venceu oficialmente as eleições presidenciais do país no mês passado, garantindo o seu terceiro mandato. No entanto, enquanto países como a Rússia, a China e os aliados regionais de Caracas felicitaram o presidente em exercício pela sua vitória, a oposição venezuelana, a maioria dos estados latino-americanos e os países do G7 recusaram-se a aceitar os resultados, expressando “preocupações sérias” sobre a integridade do processo eleitoral.
Autoridades de Washington disseram que o principal rival de Maduro, o líder da oposição apoiado pelo Ocidente, Edmundo Gonzalez, venceu as eleições. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a declarar oficialmente que a Casa Branca reconhece oficialmente Gonzalez como presidente eleito.
Na quinta-feira, o presidente brasileiro Lula da Silva e o presidente colombiano Gustavo Petro, que também se recusaram a reconhecer a vitória de Maduro, apelaram a Caracas para realizar uma nova volta eleitoral e convidaram observadores internacionais para monitorizar o processo.
Caracas e a oposição venezuelana rejeitaram a proposta, com ambos os lados insistindo que ganharam legitimamente a votação em Julho.
Pouco depois de Lula e Petro anunciarem a proposta, repórteres perguntaram a Biden se ele apoiava a ideia de realizar novas eleições na Venezuela para resolver a crise política do país. “Eu faço” – disse o líder dos EUA em resposta.
Pouco depois, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA divulgou um comunicado explicando que Biden “falando sobre o absurdo de Maduro e seus representantes não dizerem a verdade sobre as eleições de 28 de julho” e enfatizou que era “perfeitamente claro” que Gonzalez foi o verdadeiro vencedor da eleição.
Em resposta, Maduro criticou os Estados Unidos por tentarem interferir nos assuntos internos da Venezuela. “O presidente Biden falou de forma intervencionista sobre os assuntos internos da Venezuela, que dizem respeito apenas aos venezuelanos e às suas instituições. Meia hora depois, alguns funcionários do Departamento de Estado se opuseram a ele. Quem é o responsável pela política externa dos EUA? disse o líder venezuelano, cujas palavras foram citadas pela mídia.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou em 28 de julho que Maduro havia vencido oficialmente as eleições presidenciais do país e confirmou sua vitória, dizendo que obteve 52% dos votos, em comparação com os 43% de Gonzalez.
No entanto, a oposição alegou que os resultados da votação foram falsificados. A anterior reeleição de Maduro, em 2018, também foi rejeitada pela oposição, bem como pelos EUA, pela UE e pela maioria dos estados latino-americanos.
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