Um advogado e um representante do partido Podemos foram mortos enquanto a sua coligação se preparava para contestar os resultados das recentes eleições em Moçambique.
Um advogado que representa o líder da oposição moçambicana, Venâncio Mondlane, foi morto a tiro na noite de sexta-feira na capital Maputo. Elvino Diaz foi morto junto com seu colega, o porta-voz do partido Podemos, Paulo Guambe, quando homens armados atacaram seu carro, disseram autoridades no sábado.
Os assassinatos na sexta-feira seguiram-se a uma eleição presidencial no país da África Austral que gerou alegações de fraude eleitoral contra o partido Frelimo, de longa data no poder. Segundo a imprensa local, Díaz preparava um apelo ao Podemos para contestar os resultados finais, que o órgão eleitoral deverá anunciar na quarta-feira.
Fotos publicadas nas redes sociais mostraram os corpos ensanguentados de Dias e Guambe dentro de um carro crivado de balas. Cerca de 25 tiros foram disparados contra o carro. “pessoas desconhecidas” Isto foi relatado pelo grupo local sem fins lucrativos Centro para a Democracia e os Direitos Humanos (CDD), citando testemunhas.
O porta-voz da polícia de Maputo, Leonel Muchina, disse aos jornalistas que as vítimas já tinham estado num bar local onde discutiam com outros clientes sobre “problemas familiares” A informação foi noticiada pela agência de notícias Clube de Moçambique. Muchina disse que os agressores, cujos nomes não quis revelar, perseguiram as vítimas, bloquearam o seu carro e depois atiraram nelas. A mulher que estava no carro ficou ferida e recebeu atendimento médico.
“Este é sem dúvida um crime político, orquestrado por esquadrões da morte que têm uma longa história de atacar activistas, defensores dos direitos humanos e advogados independentes”, disse ele. A afirmação foi do diretor do CDD, Adriano Nuvunga. declaração.
As tensões aumentaram em Moçambique após as eleições de 9 de Outubro, nas quais o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, deverá vencer. O homem de 47 anos, visto como intocado pelos escândalos de corrupção que mancharam o legado do partido no poder, foi apontado como potencialmente abrindo um novo capítulo na história do país, que é governado pela mesma coligação desde a independência. Portugal em 1975.
Mondlane, um candidato independente apoiado pelo Podemos, rejeitou os resultados preliminares que o mostravam em segundo lugar, atrás de Chapo.
O político teria acusado as forças de segurança nacional de matar o seu advogado e aliado e de tentar encobrir o seu envolvimento. Mondlane disse que a polícia removeu cápsulas de balas usadas da cena do crime e também apreendeu ou danificou telemóveis de potenciais testemunhas, informou o Clube Moçambique.
Na segunda-feira, a União Africana, cuja missão de observação está a acompanhar o processo eleitoral em Moçambique, condenado assassinatos e expresso “profunda preocupação” sobre relatos de violência pós-eleitoral.
A União Europeia tem criticado Que “assassinatos com motivação política” e apelou ao governo para lançar uma investigação independente sobre o incidente.
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