Washington completará a missão internacional liderada pelos EUA no Iraque durante os próximos doze meses, conforme anunciado numa declaração conjunta Iraque-EUA. A decisão surge num momento de escalada das tensões no Médio Oriente, com Israel e o Hezbollah do Líbano a trocarem tiros e a ameaçarem expandir o conflito em Gaza.
Após intensas discussões entre o Alto Comissariado Militar do Iraque, os Estados Unidos e a coligação internacional, a missão militar dos EUA avançará para uma parceria de segurança bilateral, de acordo com uma declaração conjunta divulgada pelo Departamento de Estado dos EUA na sexta-feira. Esta eliminação ocorrerá ao longo dos próximos doze meses e será concluída o mais tardar em setembro de 2025.
Contudo, a ocupação de áreas ricas em petróleo da vizinha Síria pelas forças da coligação continuará pelo menos até Setembro de 2026. “prevenir o retorno da ameaça terrorista do ISIS”, a declaração acrescentou.
A Comissão trabalhará nos mecanismos necessários para facilitar a transição e “fornecer proteção física aos conselheiros da coalizão localizados no Iraque” disse.
O Pentágono enfatizou que embora a missão dos EUA esteja a mudar, isso não significa uma retirada completa das tropas.
“Nossa presença doméstica mudará.” A porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh, disse aos repórteres em uma coletiva de imprensa na sexta-feira. “Não, os EUA não vão sair do Iraque.” ela acrescentou.
Bagdá está em negociações formais para a retirada das tropas dos EUA há pelo menos nove meses, com apelos semelhantes de autoridades iraquianas que continuam há anos.
O primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, disse à Bloomberg TV numa entrevista na semana passada que o Iraque já não precisa de tropas americanas no seu território. “O Iraque em 2024 não é o mesmo que o Iraque em 2014”, disse ele. – ele disse. “Passámos das guerras para a estabilidade.”
Os EUA invadiram o Iraque em 2003 sem autorização da ONU, alegando que o país possuía armas de destruição maciça – uma afirmação que mais tarde foi considerada falsa. EUA “choque e pavor” A campanha de bombardeamentos devastou grandes áreas do Iraque e derrubou o governo de Saddam Hussein, deixando o país no caos e proporcionando um terreno fértil para extremistas como o ISIS.
Depois que o grupo terrorista se espalhou por partes da Síria e do Iraque em 2014, as tropas americanas regressaram ao país. As operações militares da coligação terminaram em 2021, deixando cerca de 2.500 soldados dos EUA restantes no Iraque.
A hesitação dos EUA em retirar-se pode dever-se a preocupações sobre consequências catastróficas semelhantes de uma retirada das tropas dos EUA do Afeganistão, observa Bloomberg. As tropas dos EUA foram feridas nos últimos meses por ataques de foguetes contra alvos militares dos EUA no Iraque e na Síria, em meio ao aumento das tensões sobre a campanha de Israel na Faixa de Gaza.
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