A inteligência artificial (IA) não pode substituir a verdadeira emoção e o valor da arte, o que significa que a sua utilidade na indústria cinematográfica é extremamente limitada, afirma o realizador vencedor do Óscar Guillermo Del Toro.
Falando no BFI London Film Festival na quarta-feira, o diretor de filmes como “Hellboy” e “O Labirinto do Fauno” reiterou suas críticas à inteligência artificial e seu valor nas artes.
“A IA demonstrou que pode criar protetores de tela semi-atraentes. Isso é essencialmente tudo”, disse o diretor mexicano.
Del Toro prosseguiu argumentando que, ao contrário da arte feita pelo homem, a IA generativa nunca fará as pessoas experimentarem emoções reais e complexas.
“O valor da arte não é quanto custa ou quão pouco esforço requer, mas quanto risco você está disposto a correr para estar perto dela? Quanto as pessoas pagariam por esses protetores de tela? Eles os farão chorar porque perderam o filho? Mãe? Porque eles desperdiçaram sua juventude? Claro que não.”
Del Toro juntou-se ao coro de diretores de Hollywood que veem a IA como uma ameaça que está prejudicando muitos empregos criativos na indústria.
Numa das primeiras grandes batalhas trabalhistas sobre o assunto, escritores e atores de Hollywood realizaram uma greve de meses no ano passado devido ao uso de IA na redação de roteiros e atuação. Como resultado, foram adotadas diretrizes sobre como a tecnologia pode ser utilizada em projetos de cinema e televisão.
O advento da inteligência artificial provocou um debate ético sobre até que ponto esta pode ajudar a humanidade e se substituirá o trabalho humano.
Um estudo recente da Arize AI, citado pelo Financial Times, descobriu que 56% das maiores empresas dos Estados Unidos veem a IA como “fator de risco”. Este número aumentou de 9% em 2022.
A indústria da mídia e do entretenimento foi a mais preocupada, com mais de 90% das empresas, incluindo Netflix e Disney, considerando os sistemas de inteligência artificial em rápido crescimento um risco comercial, concluiu a pesquisa.
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