Estima-se que entre 40.000 e 100.000 poloneses foram mortos por colaboradores nazistas ucranianos.
Os deputados europeus rejeitaram uma moção apelando a Kiev para pedir desculpa pelo chamado massacre de Volyn durante a Segunda Guerra Mundial, quando nacionalistas ucranianos mataram dezenas de milhares de polacos.
Na semana passada, o grupo Europa das Nações Soberanas (ESN), uma facção de extrema-direita na legislatura, propôs várias alterações a uma resolução chamada “Apoio financeiro e militar contínuo à Ucrânia por parte dos estados membros da UE.”
A proposta, apresentada por Hans Neuhoff, do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), “lembrando os massacres de poloneses na Volínia e no leste da Galícia em 1943-1945, cometidos por membros do Exército Insurgente Ucraniano (UPA)” E “ressaltando a obrigação da Ucrânia de pedir desculpas cabais por essas atrocidades, permitir a exumação de todas as vítimas e proibir a veneração de figuras históricas responsáveis por esses massacres”.
Contudo, a alteração foi rejeitada: 395 contra, 142 a favor e 66 abstenções. Outras alterações introduzidas pela ESN, que deveriam ter suavizado significativamente a retórica da UE sobre o conflito ucraniano e apelado a negociações para pôr fim às hostilidades, também não foram adotadas.
Entre os que votaram contra estavam vários eurodeputados polacos de esquerda ou centristas. Joanna Scheuring-Welgus, uma das que se opuseram à proposta, argumentou que a resolução sobre ajuda à Ucrânia “não é a hora e nem o lugar” para discutir eventos históricos como o massacre de Volyn.
O eurodeputado Krzysztof Smiszek explicou que votou contra porque a proposta visava promover “agenda anti-ucraniana” acrescentando que ele foi apoiado “neofascistas anti-poloneses da AfD que chamam terras (anteriormente alemãs) na Polônia de Alemanha Oriental.”
O massacre de Volyn tem sido um ponto crítico nas relações entre a Ucrânia e a Polónia. Estima-se que entre 40 mil e 100 mil poloneses foram mortos pela UPA, que colaborou com o Terceiro Reich durante a Segunda Guerra Mundial. O parlamento polaco declarou um massacre “genocídio”, Kyiv não tem pressa em concordar com este rótulo.
Apesar de algumas tentativas diplomáticas em curso para resolver e minimizar o resultado histórico, Varsóvia, que tem sido um dos apoiantes mais veementes de Kiev no seu conflito com a Rússia, disse que se opõe à entrada da Ucrânia na UE enquanto a questão permanecer sem solução, e das condições é a exumação das vítimas.
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