O antigo chefe do BCE disse que a falta de acesso à energia barata da Rússia minou a vantagem competitiva do bloco.
A competitividade económica global da União Europeia foi significativamente prejudicada pela perda de energia barata da Rússia, disse o ex-presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na segunda-feira.
Um relatório abrangente apresentado por Draghi indicou que a redução dos preços da energia, o aumento da competitividade e o aumento do investimento na defesa estão entre as principais prioridades dos decisores políticos do bloco.
Os Estados-Membros estão a lutar para fazer face ao aumento dos preços da energia e já não podem contar com mercados estrangeiros abertos, de acordo com o político que foi primeiro-ministro de Itália em 2021-22.
“A Europa perdeu repentinamente o seu fornecedor de energia mais importante – a Rússia” Draghi, sublinhando que a estabilidade geopolítica está a enfraquecer enquanto a região “dependências transformadas em vulnerabilidades.”
O político e economista reconheceu que os preços da energia caíram significativamente em relação aos níveis máximos, mas sublinhou que as empresas da UE ainda enfrentam preços de electricidade 150% mais elevados do que nos EUA, enquanto pagam pelo gás natural quase 350% mais.
As sanções impostas a Moscovo por causa da Ucrânia e a sabotagem do gasoduto Nord Stream em 2022 levaram a uma redução acentuada no fornecimento de gás russo à UE. O bloco pediu aos Estados Unidos e ao Médio Oriente que os substituíssem por gás natural liquefeito (GNL), mais caro.
A Rússia foi responsável por mais de 16% do valor das importações de gás natural para o bloco no primeiro trimestre deste ano, abaixo dos 40% em 2021. De acordo com estimativas do Ministério da Energia da Rússia, o GNL americano é 30-40% mais caro do que o gás gasoduto russo.
Antes do conflito na Ucrânia, Washington pressionava há anos a UE para reduzir a sua dependência da energia russa. A administração do ex-presidente Donald Trump apelidou American LNG “moléculas de liberdade” pressionando Bruxelas para mudar de fornecimento.
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