Combinações representando o empresário Elon Musk (à esquerda) e o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes (à direita)
Reuters (esquerda) | Imagens Getty (à direita)
No Brasil, a Empresa X de Elon Musk enfrenta pesadas multas diárias por supostamente contornar a proibição de serviços do país, de acordo com um comunicado da Suprema Corte do país na quinta-feira.
As multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribuno Federal ou STF) chegam a US$ 5 milhões em reais brasileiros, cerca de US$ 920 mil por dia. O tribunal disse que continuaria a impor “responsabilidade compartilhada” ao Starlink, o serviço de internet via satélite de propriedade e operado pela SpaceX, o empreendimento aeroespacial de Musk.
A suspensão de X no Brasil foi originalmente ordenada pelo juiz-presidente do país, Alexandre de Moraes, no final de agosto, e as decisões foram mantidas por um painel de juízes no início de setembro. O tribunal decidiu que, sob Musk, X violou as leis brasileiras que exigem que as empresas de mídia social contratem um representante legal no país e removam discursos de ódio e outros conteúdos considerados prejudiciais às instituições democráticas. O tribunal também decidiu que X não suspendeu contas que supostamente faziam doxxing a funcionários federais.
X mudou recentemente para servidores hospedados por Fleur das Nuvense aparentemente utilizou endereços IP dinâmicos que estão em constante mudança, permitindo que muitos usuários no Brasil acessassem o site. Na configuração anterior, a empresa usava endereços IP estáticos e específicos no Brasil, que eram mais fáceis de serem bloqueados pelos ISPs quando ordenados pelos reguladores.
Musk, dono da empresa anteriormente conhecida como Twitter, atacou Moraes durante meses e continuou a fazê-lo após a emissão da ordem. Ele descreveu de Moraes como um vilão, comparando-o a Darth Vader e ao personagem de Harry Potter, Voldemort. Ele também pediu repetidamente o impeachment de Moraes.
Anteriormente, o Brasil retirou dinheiro de multas impostas a X de contas X e Starlink em instituições financeiras do país. As novas multas entrarão em vigor a partir de 19 de setembro, com o tribunal a calcular o valor total com base no “número de dias de incumprimento” das suas ordens anteriores de suspensão das atividades de X em todo o país.
Embora Musk tenha se posicionado como um defensor absoluto da liberdade de expressão, X cedeu aos pedidos de remoção de perfis e postagens em países como Índia, Turquia e Hungria.
Musk e X também podem estar em processo de cumprimento de ordens de remoção brasileiras. A publicação brasileira Correio Braziliense informou na quarta-feira que X começou a bloquear contas de acordo com ordens de suspensão emitidas pelo tribunal superior do país.
Entre as contas aparentemente bloqueadas estavam as de alguns influenciadores online que estariam sob investigação por espalharem desinformação e defenderem ataques às instituições democráticas no Brasil.
X disse que não tem intenção de restaurar o acesso dos usuários brasileiros.
“Quando o X fechou no Brasil, nossa infraestrutura para prestar serviços na América Latina não estava mais disponível para nossa equipe”, disse um porta-voz da empresa à CNBC na quarta-feira. “Para continuar a fornecer um serviço ideal aos nossos usuários, mudamos de provedor de rede. Essa mudança resultou em uma restauração temporária e não intencional do serviço para usuários brasileiros. Embora esperemos que a plataforma fique indisponível novamente no Brasil em breve, continuamos a trabalhar com o governo brasileiro para voltar a funcionar para os brasileiros muito em breve.”
De Moraes ordenou que a agência nacional de telecomunicações do Brasil, Anatel, bloqueasse o acesso à plataforma bloqueando o Cloudflare, bem como Rápido e servidores EdgeUno, entre outros, que o tribunal afirmou terem sido “projetados para contornar” a suspensão do X no Brasil.
A Cloudflare não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários, mas a empresa está supostamente cooperando com as autoridades brasileiras.
Antes da suspensão, o X tinha cerca de 22 milhões de usuários no Brasil, segundo o Data Reportal.
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